30 de abril de 2010

Canto da Inocência

Fiama Hasse Pais Brandão

Cidade


Sophia de Mello Breyner Andresen

29 de abril de 2010

Desenho

Sebastião da Gama

Amo-te sempre


Vítor Matos e Sá
Moçambique

26 de abril de 2010

Duplo Império


Atravesso as pontes mas
(o que é incompreensível)
não atravesso os rios,
preso como uma seta
nos efeitos precários da vontade.
Apenas tenho esta contemplação
das copas das árvores
e dos seus prenúncios celestes,
mas não chego a desfazer
as flores brancas e amarelas
que se desprendem.
As estações não se conhecem,
como lhes fora ordenado,
mas tecem o duplo império
do amor e da obscuridade.

Pedro Mexia

25 de abril de 2010

24 de abril de 2010

23 de abril de 2010

20 de abril de 2010

Vimos chegar as andorinhas


Vimos chegar as andorinhas
conjugarem-se as estrelas
impacientarem-se os ventos
Agora
esperemos o verão
do teu nascimento tranquilos, preguiçosos
Tão inseparáveis as nossas fomes
Tão emaranhadas as nossas veias
Tão indestrutíveis os nossos sonhos
Espera-te um nome
breve como um beijo
e o reino ilimitado
dos meus braços
Virás
como a luz maior
no solstício de junho.

Rosa Lobato de Faria

19 de abril de 2010

Cascais

Almeida Garrett

17 de abril de 2010

16 de abril de 2010

Canção

Eugénio de Andrade

Casa branca


Sophia de Mello Breyner Andresen


13 de abril de 2010

Soneto de amor


Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma… Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.

Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas…
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.

E em duas bocas uma língua…- unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.

Depois…- abre os olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada…
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!

José Régio

12 de abril de 2010

Surdo, Subterrâneo Rio

***

Surdo, subterrâneo rio de palavras
me corre lento pelo corpo todo;
amor sem margens onde a lua rompe
e nimba de luar o próprio lodo.

Correr do tempo ou só rumor do frio
onde o amor se perde e a razão de amar
--- surdo, subterrâneo, impiedoso rio,
para onde vais, sem eu poder ficar?

Eugénio de Andrade

11 de abril de 2010