Antologia: do grego anthos, flor, e lego, escolher, o que veio a dar florilégio - é sinónima de colectânea, compilação, miscelânia, florilégio, analectos, selecta e crestomatia.
30 de abril de 2010
29 de abril de 2010
28 de abril de 2010
27 de abril de 2010
26 de abril de 2010
Duplo Império
Atravesso as pontes mas
(o que é incompreensível)
não atravesso os rios,
preso como uma seta
nos efeitos precários da vontade.
Apenas tenho esta contemplação
das copas das árvores
e dos seus prenúncios celestes,
mas não chego a desfazer
as flores brancas e amarelas
que se desprendem.
As estações não se conhecem,
como lhes fora ordenado,
mas tecem o duplo império
do amor e da obscuridade.
Pedro Mexia
25 de abril de 2010
24 de abril de 2010
23 de abril de 2010
22 de abril de 2010
21 de abril de 2010
20 de abril de 2010
Vimos chegar as andorinhas
Vimos chegar as andorinhas
conjugarem-se as estrelas
impacientarem-se os ventos
Agora
esperemos o verão
do teu nascimento tranquilos, preguiçosos
Tão inseparáveis as nossas fomes
Tão emaranhadas as nossas veias
Tão indestrutíveis os nossos sonhos
Espera-te um nome
breve como um beijo
e o reino ilimitado
dos meus braços
Virás
como a luz maior
no solstício de junho.
Rosa Lobato de Faria
19 de abril de 2010
18 de abril de 2010
17 de abril de 2010
16 de abril de 2010
15 de abril de 2010
14 de abril de 2010
13 de abril de 2010
Soneto de amor
Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma… Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.
Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas…
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.
E em duas bocas uma língua…- unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.
Depois…- abre os olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada…
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!
José Régio
12 de abril de 2010
Surdo, Subterrâneo Rio
***
Surdo, subterrâneo rio de palavras
me corre lento pelo corpo todo;
amor sem margens onde a lua rompe
e nimba de luar o próprio lodo.
Correr do tempo ou só rumor do frio
onde o amor se perde e a razão de amar
--- surdo, subterrâneo, impiedoso rio,
para onde vais, sem eu poder ficar?
Eugénio de Andrade
11 de abril de 2010
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